Os vinhos jovens do Velho Chico
É comum que se associe a produção de vinhos a regiões mais frias, de clima temperado, seja ele determinado pela distância em relação à linha do Equador ou ao nível do mar. São reconhecidas mundialmente vinícolas italianas, francesas e portuguesas, assim como chilenas e argentinas. No entanto, vinhos tropicais vêm ganhando os paladares tanto de especialistas quanto de apreciadores em geral.
Dentre os principais países produtores desta variedade de vinhos, o Brasil merece destaque. Há aproximadamente três décadas, a produção vinícola do Vale do São Francisco está em franco desenvolvimento e desempenhando seu potencial de forma extraordinária. Conciliando os conhecimentos tradicionais do Velho Mundo às benesses particulares da região semiárida por onde corre o Velho Chico, os estados de Pernambuco e Bahia já abrigam uma boa parte da produção nacional de vinhos, contando, inclusive, com diversos prêmios e títulos. Não à toa, a cidade de Petrolina-PE já sediou, em 2016, o International Symposium on Tropical Wines – ISTW, encontro periódico da vanguarda do vinho tropical.
O pioneirismo e excelência do Vale do São Francisco para a produção de vinhos de qualidade dará a Brasil o reconhecimento da primeira Indicacao de Procedência de vinhos tropicais de todo o mundo: a Indicacao de Procedência de Vinhos Tranquilos e Espumantes do Vale do São Francisco! A Indicacao de Procedência (IP) é um selo que reconhece a qualidades únicas dos vinhos produzidos em uma determinada região. Para a utilização dos selos, as atividades de viticultura e vinificação dos vinhos produzidos na região são controladas para garantir vinhos diferenciados.
Diferentemente do que ocorre mais ao norte e ao sul do Equador, as videiras do semiárido brasileiro não passam por longos períodos de hibernação causados pelas baixas temperaturas de climas frios e úmidos. O necessário “descanso” das parreiras tropicais é dado, majoritariamente, pelo controle da irrigação e da poda, não estando sujeito às sazonalidades climáticas. Desta forma, a produção de vinhos deixa de ser necessariamente anual, podendo ocorrer colheitas duas ou mais vezes ao ano, prezando sempre pela manutenção da saúde das plantas e seus frutos.
O vigor na produção destes vinhos do nordeste brasileiro é espelhado pelas surpreendentes características de seus vinhos jovens, raros em clima tropical seco. Os vinhos Botticelli, da Vinícola Vale do São Francisco, são um ótimo convite à apreciação de sua excepcionalidade. Em conversa íntima com as particularidades do clima semiárido, a vinícola faz uso de avançadas práticas agrícolas em seu cultivo, como seleção clonal, podas em períodos específicos e colheita seletiva, aliadas a rigoroso controle do processo produtivo, adotando as modernas técnicas de vinificação com temperaturas controladas e leveduras selecionados. O resultado são vinhos leves, brilhantes e aromáticos, notavelmente limpos, com características bem peculiares, típicas dos vinhos jovens, e inconfundível sabor.
O admirável Vellho Chico segue seu curso rotineiro, dia após dia, e segue, acima de tudo, capaz de ótimas surpresas. Transformando a geografia da produção de vinhos, ele revitaliza não somente o ohar dado à vinicultura, mas também ao semirárido brasileiro e, em especial, aos vinhos jovens.
Achei o programa falando da trajetória do vinho de vcs excelente.
Parabéns mesmo.
Não tem como não sentir vontade de tomar esse vinho.
Obrigada, Creuza!Em breve estaremos entregando em sua casa!